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COTOVELO DE TENISTA OU EPICONDELITE LATERAL
08.04.22
Maria José Queiroz

COTOVELO DE TENISTA OU EPICONDELITE LATERAL

COTOVELO DE TENISTA OU EPICONDELITE LATERAL

A epicondilite lateral é também conhecida pelos nomes de tendinite do cotovelo ou cotovelo de tenista ( Tennis Elbow ).

A epicondilite lateral é a lesão aguda ou crônica dos tendões dos músculos responsáveis pelos movimentos de extensão do punho e da mão. Os tendões desses músculos se inserem na região lateral externa do cotovelo, numa proeminência óssea denominada epicôndilo lateral do úmero.

Fig. 1. Epicondilite lateral – cotovelo de tenista

A epicondilite lateral ou cotovelo de tenista pode acometer qualquer pessoa que faz movimentos excessivos de extensão do punho e da mão. Quando esses músculos são usados em excesso, os tendões são hiperestirados e se lesam ( inflamam ). O movimento constante repetido pode decorrer de atividade esportiva , mas também pode afetar pessoas com trabalhos e hobbies que exigem movimento recorrente. As atividades mais propensas a desenvolver este tipo de lesão são:

· Esportes como o tênis ( lesão por backhand) , raquetebol, esgrima, golfe.

· Trabalhos e hobbies como o digitar, tricô, jardinagem, usar tesoura, tocar um instrumento musical.

· Ocupações manuais como os pintores, encanadores, pedreiros, usar chave de parafuso ou martelo.

SINTOMAS.

A dor é sentida sobre o epicôndilo lateral do úmero (Vide fig.1), mas o paciente pode se queixar de dor e queimação irradiada para a região do dorso do antebraço e mão. A dor pode ser intermitente, e ser provocada por determinados movimentos como: erguer o braço, apertar um objeto ou fechar a mão, dar um aperto de mão o abrir uma porta, pressionar a parte de fora do cotovelo. Casos mais severos podem apresentar dor constante, que se agrava com atividades trivias.

CAUSAS.

Alterações degenerativas causadas pela overuse ( movimentos repetidos ou sobrecarga ) ou o avanço da idade são apontados como os fatores predisponentes dessa patologia.

PATOLOGIA.

A epicondilite lateral inicia-se como um problema inflamatório ( tendinite ) e mais tarde se torna um processo crônico ( tenidinose ) , com formação de um tecido anormal. Este tecido anormal é fraco e ineficiente para as atividades de um tendão. VIDE TENDINITE, TENDINOSES E DISTENSÕES MUSCULARES, NESTE SITE.TRATAMENTO MCKENZIE

Como foi falado anteriormente (Vide tendinite, tendinoses e distensões musculares, neste site ), os sintomas da tendinite vão se tornando crônicos e as crises passam a ser recorrentes. Isto significa que o corpo não conseguiu se recuperar da lesão e, uma ou mais fases da recuperação do tendão ficou incompleta ( Fase inflamatória, fase de reparo e fase de remodelação ). Se a recuperação for, incompleta o tendão já não é mais o mesmo e fica propenso a sofrer novas lesões ( recidivas ).

TRATAMENTO MCKENZIE

O protocolo do McKenzie para as tendinites visa o recondicionamento e a total reabilitação do tendão através de alongamentos, aplicação de carga gradativa no tendão lesado e , por último, treino com simulação dos movimentos executados no esporte de cada paciente ( atletas amadores , atletas profissionais e esportistas ) .É importante que o paciente retorne à sua atividade ou ao esporte assim que possível e com toda a segurança. Os exercícios devem ser feitos pelo paciente em sua casa ou no trabalho, na freqüência de 2 x ao dia ( auto – tratamento ). As visitas ao fisioterapeutas são para a reavaliação e progressão de carga. O tratamento pode ter duração entre 2 a 6 meses; mas desde o início o paciente já relata melhora dos sintomas.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

È indicado apenas quando o tratamento conservador não apresentar nenhum resultado em um período de 3 meses.

AS FALSAS TENDINITES DE COTOVELO.

Achamos importante alertar os pacientes para as falsas tendinites do cotovelo. Distúrbios cervicais ou alterações de estruturas localizadas dentro da articulação do cotovelo ( dessaranjos articulares ), podem produzir sintomas semelhantes às da epicondilite lateral.

Distúrbios da coluna cervical podem irradiar dor para a região do cotovelo. Nestes casos, temos que tratar a coluna e não o cotovelo. É muito comum, em nossos consultórios, o paciente com queixa de dor no cotovelo ter a verdadeira origem do seu problema nas articulações cervicais ( pescoço).

Da mesma forma, os desarranjos do cotovelo podem emitir dor e provocar perda de força muscular semelhantes às essas epicondilites. È importante salientar que os tendões se localizam fora da articulação do cotovelo e o desarranjo do cotovelo é provocado por alterações de estruturas localizadas dentro da articulação; atualmente denominadas “preenchedores articulares”. Estas estruturas podem se deformar, ou mesmo se deslocar dentro do cotovelo, provocando dor, perda de força e dificuldade para executar determinados movimentos. O desarranjo do cotovelo e as epicondilites são entidades distintas e, portanto, têm tratamentos também distintos.

A avaliação McKenzie consiste na aplicação de testes mecânicos específicos capazes de distinguir os sintomas dessas duas patologias. Só então, após constatada a verdadeira causa da dor, o tratamento adequado será prescrito.

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